quarta-feira, 28 de março de 2012

Mulher tem que matar um leão por dia!


Faz tempo que não faço um texto ácido. Esse assunto, é um tanto polêmico, sei que vai dividir opiniões, mas é que sendo uma mulher brasileira, não posso deixar de constatar o quanto não somos valorizadas no Brasil. Veja bem que usei o termo "não valorizada", que é diferente de desvalorizada. Existe uma sutil diferença entre as duas situações, mas não menos dolorosa. Desvalorizar é o ato de tirar o valor de alguém, então se supõe que a pessoa tinha um valor antes. Não valorizar, é nem dar o valor inicial necessário. E acho que aí é que estão incluídas as mulheres brasileiras.

Mulher já começa a vida amorosa tendo como peso a frase: - Tá faltando homem no mercado, então se você arranjou um traste qualquer um homem, segure e não solte em hipótese nenhuma, porque ruim com ele pior sem ele. - Sinceramente me deprime muito ver essa frase rodando como se fosse uma verdade absoluta, como se homem fosse um artigo raro e necessário. Concordo com o necessário, até um certo ponto, até o ponto em que você começa a perder sua dignidade. E acho que as mulheres estão jogando sua dignidade dentro do vaso sanitário e dando descarga, só para ter qualquer homem e chamar de seu. Quando digo mulheres, entendam as brasileiras, porque é no Brasil que vivo.

Homens e mulheres tem acesso a internet, acredito que na mesma proporção. Mas percebam que uma mulher para ter um site, ou uma coluna, ou um blog, ou um perfil comentado/acessado, que chame a atenção das pessoas, tem que matar dois leões por dia. Porque homem não anda dando moleza para mulher, exceto se o assunto for sexo, aí como sempre eles facilitam tudo. E mulher quase nunca enche a bola de outra mulher, essa é a triste realidade no Brasil.

Experimente entrar no perfil/blog/site de um homem jovem, que se diz hétero e solteiro, normalmente chove mulheres praticamente tirando a calcinha (conheço alguns blogs masculinos que são exceções). Impressionante como mulher bajula homem e como o vice-versa definitivamente não acontece, e mais uma vez digo que a exceção fica para o quesito sexo, se o assunto for esse aí o homem não poupa esforços. Canso de ver homens começando blogs timidamente, colocando suas opiniões. O que escreve bem, nem precisa ser textos maravihosos, imeditatamente arranja seguidoras que concordam com tudo que ele diz, que acha bonitinho tudo que ele pensa e acha original qualquer opinião do sujeito. Nooossa!! Se tem uma coisa que me broxa em blog masculino é assistir esse tipo de coisa acontecer. Às vezes tá lá toda derretida e concordando com tudo que o cara diz, a mesma mulher que comenta o meu texto com rigor. Então que diabeísso?! O que vale é a idéia ou quem está dizendo?
!

Aí vão dizer que a Dama de Cinzas é uma recalcada invejosa que tá secando os blogs masculinos! Não é bem assim, que os blogs masculinos continuem agradando, e as mulheres que quiserem, continuem tirando a calcinha. Os blogs são só um dos canais que vejo isso acontecer. Percebo esse mesmo comportamento no meu trabalho, no meu círculo de amizade e no meu cotidiano. Uma mulher fala uma coisa genial, todos com ar blazé. Homem fala qualquer coisa legal, todos com olhares atentos. E podem discordar de mim à vontade, eu quero mesmo saber se eu que estou maluca, se estou frequentando e convivendo com pessoas que só pensam assim, ou se a coisa tá feia para as mulheres mesmo.

O mais chato disso é que essa não valorização da mulher é algo que fica impregnado no inconsciente coletivo e vai transbordando para todas as áreas, profissional, social. Em todas as situações em que a mulher precisa mostrar o que pensa e o que é capaz de fazer, se tiver um homem que faça ou diga a mesma coisa, ele vai se sobressair. Porque a culpa disso está na cultura brasileira, em que as mulheres parecem ensinadas pelas próprias mães a ceder, relevar, a dar a vez e valorizar o homem. As mulheres brasileiras são aduladoras de homem em sua grande maioria e a minoria que não concorda, se ferra junto. E se a coisa se perpetua é porque as mulheres que se tornam mães, continuam repassando essas idéias antigas para suas filhas e mimando seus filhos como se ainda vivêssemos em 1950.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Você é feliz?


É a pergunta que gostaria de fazer a muitas pessoas. E quando faço a mim mesma, geralmente a resposta é a mesma: não. Acho que ser feliz é uma espécie de vocação que a gente traz quando nasce. Poderia dizer que está ligada ao espírito, a vidas passadas, mas prefiro achar que é uma tendência, uma característica, como tantas que temos. Querer explicar o porquê de alguém se sentir infeliz ou feliz, é a mesma coisa de tentar explicar o motivo de umas pessoas serem tímidas e outras extrovertidas. Parece que aquilo faz parte da pessoa desde seu nascimento.

Ninguém me convence que o que falta da nossa vida é o motivo de sermos infelizes. O mal-estar por não ter ou não conseguir conquistar algo se chama tristeza, que é diferente de infelicidade. Todos nós temos nossos momentos alegres e momentos tristes. E quantidade de um ou outro não te faz mais ou menos feliz, apenas te faz mais ou menos alegre.

Felicidade é uma definição meio utópica se a gente parar para pensar friamente. No entanto, conheço e convivo com pessoas que são felizes, que tem esse bem-estar constante, mesmo tendo vidas cheias de dificuldade e outras que são o inverso, estão sempre se lamentando de tudo mesmo que a vida viva esteja oferecendo coisas legais.

Aí as pessoas podem pensar que estou afirmando mesmo que quem é alegre, é feliz e vice-versa. Não é bem isso! O que estou dizendo é que tem gente que mesmo nas horas tristes, se você perguntar a ela se é feliz, certamente dará um sorriso e dirá que sim. E o vice-versa vale também.

Não são as alegrias e tristezas, as conquistas e derrotas que fazem alguém se sentir bem ou mal a maior parte do tempo. Acho que o que faz a pessoa ser feliz ou infeliz é algo inexplicado que reside dentro de cada um. Como disse acima, uma espécie de vocação/tendência.

Aí eu digo que não me sinto feliz e as pessoas logo vão achar que sou uma dessas pessoas com tendência ao pessimismo e tristeza constante. Às vezes sim e outras não! Não nego, nem afirmo isso! Conquistei muita coisa da minha vida, mas parece que essas conquistas ficaram restritas a certos setores da minha vida, em outros eu simplesmente me sinto "morrendo na praia". Então não saberia dizer, com certeza, se todos os setores estivessem equilibrados, eu seria mais feliz. Talvez fosse mais alegre, mas habita em mim um vazio que dificilmente seria preenchido por algo que conquistasse. Essa é a impressão que sempre tenho de mim. Mas existe um outro lado em mim que gosto muito e faz a balança meio que se equilibrar. Que é a minha determinação e persistência para sair de situações em que me sinto desconfortável. Chato só é que nem tudo na vida depende só da gente, mas o que depende de mim, estou sempre tentando mudar o que não me agrada.

Resumindo, me descrevo como uma infeliz alegre, ou uma feliz triste! Me sinto meio que um paradoxo ambulante. E sigo sem nunca saber me descrever totalmente nesse sentido. No entanto uma coisa é certa, acho que é bem possível que nunca bata no peito e diga que sou uma pessoa feliz, ou infeliz. Prefiro apenas dizer que não me sinto feliz, por hoje. Amanhã já é outro dia, outras sensações, outras experiências...

quarta-feira, 14 de março de 2012

Sobre a inveja...


Antes de começar o post quero dizer que esse texto não é um recado para ninguém especificamente, não me inspirei numa pessoa, mas sim no que analiso lendo vários blogs e publicações em redes sociais.

Impressionante o número de posts e publicações em redes sociais de gente reclamando da inveja dos outros na sua vida. Sinceramente, ou sou um anti-modelo total, não invejado por ninguém, ou as pessoas estão vendo pelo em ovo, chifre em cabeça de cavalo, estão possuídas pela síndrome do sol, em que tudo gira em torno delas.

É sério! Não vejo uma pessoa sequer com inveja de mim! Estaria eu louca, ou cega??! A verdade é que as pessoas se preocupam com a vida do outro por alguns minutos, horas no máximo. Mas o que importa de verdade é o nosso eu, nele é que estamos focados, queiramos nós admitir ou não. Exceto se a pessoa tiver um problema psicológico qualquer de fixação doentia em alguém, ela vai se preocupar de verdade com a vida dela, com as frustrações dela, com o que falta nela. Se a pessoa transparece se incomodar com sua vida. Talvez não seja porque queira realmente sua vida, apenas quer consertar a vida dela e você é um espelho que mostra a impossibilidade dela nesse sentido.

Tem algumas pessoas que vivem brandando diariamente sobre a inveja dos outros. Lembrando que quando a gente se preocupa demais com um defeito no outro, algo daquele defeito está espetando dentro de nós mesmos. Se aquilo é motivo de sua atenção, é porque a coisa não tá tão bem resolvida assim dentro de você.

Claro que não estou querendo dizer que a inveja não existe! Evidente que existem os invejosos crônicos que se empenham em minar a vida alheia. Mas quero levantar a questão que talvez não existam tantos invejosos como se pensam. Talvez estejam deturpando demais os fatos, ou interpretando tudo como se o mundo estivesse focado na gente, enquanto definitivamente não é assim. Cada pessoa se preocupa muito e de verdade com sua própria vida. Se algo no outro a está incomodando, não é pelo outro, é por causa dela mesmo.

Na real o que lidamos diariamente é com as frustrações do outro! O que as pessoas chamam de inveja, chamo de frustração! As impossibilidades da pessoa são de tal proporção, que aquilo transparece e transborda para o coletivo. E algumas pessoas interpretam isso como inveja. Acham que todos estão querendo a vida dela, quando na verdade a criatura só quer consertar a sua própria vida e não consegue.

Quando alguém se sente invejado demais, não estaria ele focando demais no outro? Aí sim o foco é o outro e não a sua própria vida! É um caso a se pensar.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Sexo virtual...


Sexo é uma coisa boa, mas cada vez mais acho que é melhor quando com alguém em sintonia contigo. Não que sexo por sexo seja de todo ruim, mas com intimidade, com qualidade é melhor. E se tem uma coisa em matéria de sexo que acho um tédio quase que total,é do tal sexo virtual. O tempo que se perde para ficar ali trocando frases picantes com alguém que você mal conhece, ou que conhece há pouco tempo, é o mesmo tempo que teria colocado um vídeo pornô, ou lido uma revista com textos eróticos, onde tá tudo pronto.

Mas aí alguém vai me dizer que sexo virtual tem uma outra pessoa do outro lado. Eu diria que não é assim que sinto, o que vejo é um amontoado de frases e nada mais. Aí outro alguém me pergunta se sempre odeio sexo virtual. Eu digo que não de todo. Já fiz algumas vezes com um cara com quem me envolvi muito pelo virtual. Mas para chegar nesse ponto, já tinha feito sexo com ele pessoalmente. E tinha uma coisa mais de imagem e som do que propriamente frases escritas. A gente já tinha um grau de intimidade, a gente já sabia como o outro era e como funcionava, sem contar a paixão que envolvia tudo aquilo. Com ele foi bom, porque foi rolando simplesmente, foi um processo meio que natural, ninguém teve que ceder, os dois embarcaram naquela experiência.

Muitos homens lêem meu blog e acham que porque tenho uma mente mais aberta, vou sair topando tudo e não é bem assim. Eu faço o que gosto em matéria de sexo, o que não gosto não pretendo fazer, porque é o mesmo que fingir orgasmo e isso espero ter abolido da minha vida. Sim já fingi orgasmo e é algo muito ruim.

Alguns homens se fazem de amiguinhos e ficam fechando o cerco para o papo cair no sexual e ficar aquela troca de frases. Me irrita o homem que faz isso achando que não estou percebendo, porque substimam minha inteligência. Prefiro os estilo "cafa", que já chegam dizendo que querem isso, assim poupam meu tempo e o deles.

Tive um cara no meu msn, que ele sempre me chamava perguntando como eu estava, e tudo que eu dizia, sobre qualquer assunto que falasse, ficava aquela coisa morna, chata. Mas aí ele mandava uma frase tocando no assunto de sexo, esperando que eu desse um retorno. Rapidamente me enjoei dele e acabei bloqueando. Putz! Para mim esses sujeitos tem um problema! Por que não saem para caçar uma mulher de carne e osso? O homem que quer só isso comigo, perde seu tempo, pode ir que outros já foram e não fazem falta na minha vida.

O problema acho que reside no fato de que sou uma mulher de uma época em que se conhecer alguém para fazer sexo, era preciso sair de casa e falar com a pessoa, tocar, saber que tem uma química. Essa coisa fria de ler frases que na maioria das vezes é só uma invenção erótica da outra pessoa, é algo que não faz a minha cabeça. Sexo virtual? Tô fora, mas para quem gosta, faça bom proveito, encontrando alguém que o faça, que dificilmente será euzinha.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Solidão em excesso cansa!!


Normalmente não tenho problemas em estar só. Eu sou uma boa companhia para mim mesma. Não vejo a solidão como um fantasma terrível. Acho que porque a maior parte da minha vida sempre fui uma solitária, sempre vivi tudo meio sozinha. Acho que é da minha personalidade seletiva e um tanto antissocial. Mas sinceramente tudo na vida tem um limite. O excesso de qualquer coisa sempre azeda, incomoda, enjoa. Até água se a gente beber demais, vai se sentir mal. E com a solidão não é diferente.

Eu sinto que cada vez mais estou ficando sozinha, sinto que cada vez mais meus amigos se distanciam de mim, ou eu me distancio deles. Sinto que cada vez mais ter um companheiro me parece uma opção descartada. E sinto que cada vez mais minha família esquece a minha existência. Claro que devo ter uma parcela de culpa muito grande nisso. E eu me sinto bastante culpada por estar me sentindo assim tão só.

Dia desses aí atrás, precisava tanto desabafar algo com alguém e me dei conta que não tinha cara de procurar ninguém para falar daquilo que estava me incomodando, pelo simples fato que ando distante de todos (ou todos andam distante de mim, tanto faz, porque o resultado é o mesmo). E precisei digerir tudo aquilo sozinha. E me doeu tanto. Teve um momento que eu bebi muito e mesmo assim aquele vazio continuava lá, como um grande buraco gelado.

Minha intenção não é inspirar peninha em ninguém. Pelamordedeuxxxx!! Pena é sentimento destinado para quem não pode mudar a sua situação de vida. Até porque se estou assim, grande parte da culpa é minha, tenho consciência disso. Só que meio que não consigo reverte a parte que me cabe. Às vezes fico pensando se esse problema da voz não piorou tudo. Conversar com as pessoas é sempre a buscar pelo ambiente silencioso onde eu possa ser escutada. Sim!! Eu tenho certeza que me afastei mais do mundo depois do fracasso da minha cirurgia de voz!! E mesmo com a segunda cirurgia as coisas não ficaram boas, porque o mundo é um lugar muito barulhento e minha voz está feita para ambientes silenciosos. Com isso me isolo cada vez mais.

Autoestima anda meio que zerada. E eu fico pensando no que fazer para melhorar tudo isso. Sim, porque eu não gosto de ficar sentada chorando desgraças. Eu gosto de soluções. E no momento só me vem algumas idéias que nem sei se surtirão efeito a médio prazo. Mas certamente preciso tentar. Eu sei que faço juz ao meu nick e sempre dou um jeito de ressugir das cinzas, mas ando tão cansada de virar cinzas. Será que dá para ficar uma temporada me sentido inteira e completa?! Será que tem como ter uma trégua emocional?! A impressão que tenho é travo uma batalha longa comigo mesma. Sempre buscando um equilíbrio emocional que não tá chegando.

Esse post saiu de uma vez só. Acho que tudo isso tava represado dentro de mim. E quando acabo de escrever textos que falam tanto das minhas fraquezas, sempre vem a dúvida se devo ou não publicar, mas como nunca fui de fazer o tipinho "sou mega feliz e fodona", acabo decidindo sempre por mostrar que sou humana. E dessa maneira outras pessoas podem se identificar com o que estou sentindo.