quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Eu era feminista...

Chegava a ser irritante o modo como defendia as mulheres e seus direitos sempre que ouvia uma frase machista, mas com o tempo fui me cansando de tanto perceber como grande parte das mulheres são machistas também e enaltecem os homens como se fossem deuses a serem cultuados!

Por que precisamos do feminismo? Porque as mulheres são desnunidas naturalmente e a classe será esmagada se umas poucas não lutarem pelos seus direitos.

Por que precisamos combater o machismo? Porque o machismo é quase natural nos homens e algo tão fortemente enraizado que é como um instinto. Sem contar que, em oposição às mulheres, homens se protegem uns aos outros de uma forma magnífica!

O homem é uma animal simples, ele não dirije sua raiva ou desejo de competição de forma generalizada, ele ataca diretamente o homem que o está ameaçando, já a mulher compete com todas as outras, da hora que acorda até a hora de dormir. É uma competição louca desvairada para ser a mais bela, a mais percebida, a mais inteligente, a mais capaz e com isso elas saem "atirando" para todos os lados de forma descontrolada. As mulheres não atacam de frente, elas minam o campo de batalha para que a outra seja explodida quando menos espera.

Dizer que todas as mulheres são assim seria burrice, mas parece que é algo que brota do ser feminino e que precisa ser controlado e algumas o fazem bem. Eu mesma sou uma que estranho demais essa competição e tento fugir dessa armadilha da mente feminina, mesmo assim volta e meia me pego tentando ser a mais bonita, a mais sexy, enfim, esse é um movimento meio que natural na mulher.

Algumas vezes batalhei para que o direito de algumas fosse preservado. O que recebi em troca? Elas se colocando contra mim em favor dos homens. Então dane-se! Essencialmente sempre serei uma feminista quando isso for realmente necessário, mas no geral me cansei de ficar trabalhando isso no dia a dia. Lutarei pelo meu direito de mulher, não vou tentar unir uma classe que é naturalmente desunida e se algumas quiserem se juntar a mim nessa batalha (e sempre terá), vou achar ótimo, mas terá que ser de forma expontânea...

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Marília Gabriela.

"Foi para repensar a luz que precisei de tanto quarto escuro."
(Frase de Rodrigo Faria, citada por Marília Gabriela)


Tenho assistido mais a GNT por causa da Semana do Troca-Troca. Alguns apresentadores trocaram de programa e foi interessante observar como cada um se saía no lugar do outro. Por causa dessa semana, tive o imenso prazer de ver a Marília Gabriela sendo entrevistada pela Mônica Valdvogel no "Marília Gabriela Entrevista".

A Marília é um exemplo de mulher e ser humano bem sucedido. Ela é capaz de ser repórter, atriz, cantora, fazer tudo bem, sem nunca perder de vista sua vocação maior que é ser entrevistadora. O grande barato é esse, mesmo ela tendo conquistado uma posição confortável no que ela sabe ser sua profissão, não tem medo de arriscar em outros setores e fazer bem aquilo a que se propõe. Quantas pessoas no Brasil podemos dizer que conseguem isso com o talento da Marília? Poucas, com certeza!

Na entrevista que assisti fiquei encantada com as afinidades que percebia com a personalidade dela, mas principalmente o que me fascina mais são as diferenças. Sim! Aspectos da sua personalidade que não se parecem com a minha, mas que são estimulantes, como por exemplo: o dom da palavra, ela diz a frase mais banal, com tanto entusiasmo, de forma tão peculiar, que aquilo parece ter várias conotações interessantes; ela é corajosa e forte, mas não como nós "simples mortais". Ela é forte e corajosa em essência, nós ficamos lutando contra nossos medos diários, tentando vencê-los a qualquer custo; enquanto nela parece que o medo acompanha a ação, ela não para, não pensa no receio, age e sente simultaneamente e desse jeito obtém êxito no que faz...

Teve uma parte da entrevista que achei fascinante. Ela confessa que chora mesmo, que se sente sozinha e tal, então, contou que um dia, trancada em seu apartamento, em frente ao computador, se deu conta como estava sozinha e se sentindo deprê. Como o dia estava chuvoso, resolveu sair na chuva para chorar, chorou muito e acabou entrando num cinema em que passava um filme triste e chorou de soluçar. Bem... O que tem de interessante nisso? O fato de permitir que pessoas comuns como eu, possam se identificar com atitudes cotidianas dela. Por ser um exemplo de mulher forte e bem sucedida, não havia nenhuma necessidade de expor essa passagem da vida dela. Foi ato de generosidade com o público.

Houve um momento em que ela disse que não acreditava no casamento, que pesquisou a respeito e viu que o ser humano não consegue sustentar uma paixão durante muitos e muitos anos. Polêmico? Claro que é, mas concordo, a paixão é um processo químico que dura alguns poucos anos, depois o que fica, como diz ela, é uma amizade cuidadosa em que os dois se amam sim, se protegem, meio que se acomodam numa relação confortável. Sinceramente é o que acho, sem rodeios... Quem quer paixão de verdade tem que ficar mudando de parceiro(a) e isso é o que ela assumidamente faz, troca de namorado/marido assim que percebe que a paixão acabou. Ato de extrema coragem que eu não tenho e acho que nunca terei, sei lá. Mais uma faceta para admirá-la.

Outro ponto interessante do programa foi ter dito que publicaram que era a mulher mais admirada do Brasil. Com muito humor, disse que achava que fosse por tudo o que ela fez, mas não, foi apenas por ter sido casada com o Reinaldo Gianechini. Assim como ela, fiquei enojada de morar num país em que a mulher vale pelo homem que está ao seu lado e não pelo que ela é. Se em outros países é igual ou diferente disso, nem quero saber, o fato é que moro aqui e tenho horror a esse pensamento machista dominante!

Enfim... Amo Marília Gabriela pela sua coragem, pela sua inteligência, pela sua cultura, pelos seus inúmeros talentos e principalmente porque tendo tudo isso ela não é uma "mascarada" que faz tipinho diante das câmeras. Poderia fazer um post ainda maior do que esse escrevendo sobre essa mulher, mas prefiro ficar por aqui e deixar o resto para que cada um conclua a sua maneira...

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Meio do caminho...

Ontem estava vendo o programa Superbonita na GNT e o tema era "o meio do caminho", mulheres que estavam no meio do caminho emagrecendo, deixando o cabelo crescer, fazendo um tratamento de pele, enfim tudo ligado a beleza feminina.

Mas esse "meio do caminho" pode ser pensado sobre outros aspectos do ser humano. Quem nunca ficou no meio do caminho de alguma decisão tomada, de algo importante ou banal que precisava ser terminado?

Eu posso dizer que meu maior "meio do caminho" foi a faculdade, comecei cinco vezes, sendo que três vezes foi a carreira de Direito e todas me entediaram, me aborreceram tanto que não consegui passar dos primeios períodos. Ainda bem que escolhi uma profissão que não necessita tanto de curso superior. Tá boooom, confesso que se tivesse um seria melhor! Mas posso viver sem ele, por enquanto!(rsrs) Acho que esse meu lance com falculdade se deve ao fato de sempre ter desejado ser médica e como não deu pra fazer por N razões, a principal delas é o horário integral da carreira, coisa meio dificil para quem tem que se sustentar, acabo achando todas as outras carreiras chatas... Enfim, esse é meu maior "meio do caminho".

Seguindo a linha do programa Superbonita, quando se trata de corpo e beleza, nada pra mim fica no meio do caminho! Quando quero emagrecer, emagreço, quando quero deixar o cabelo crescer deixo, quando quero fazer qualquer modificação no meu corpo eu faço... Mesmo assim a sensação de não ter chegado ao "fim do caminho" me persegue, é como se precisasse sempre mais e isso já escrevi aqui, sobre a minha obsessão com aparência física.

Entretanto, existem as "pessoas meio do caminho". Aquelas que nunca terminam nada e coisa nenhuma, para ficarem reclamando que não conseguem. Se estão num casamento infeliz dizem que não podem terminar por mil razões. Se estão num emprego ruim, não tentam melhorar seu potencial profissional. Se estão gordos, dizem que não conseguem emagrecer... Uma infinidade de reclamações diárias que essas pessoas fazem sobre seus próprios limites, limites esses que são gerados por elas mesmas, para provocar a piedade dos outros. Essas pessoas se comprazem em sentarem-se no meio do caminho, chorar, chorar e se lamentarem...

Temos uma minoria que são as pessoas "fim do caminho". Aquelas que chegam onde querem e do jeito que querem. São as ditas vencedoras, que enfrentam seus medo e testam seus limites diariamente. Essas são poucas e se destacam na sociedade... São o nosso ideal!

O meio termo é onde me incluo. Tenho muita determinação para um monte de coisas, cheguei ao "fim do caminho" de vários objetivos que tracei. Mas as vezes me dá um óóóódio de mim quando travo em coisas bobas, situações corriqueiras e banais, nas quais eu pareço um bicho assustado... Antes eu me cobrava muito isso, mas agora, analisando o mundo, vejo que mesmo pessoas reconhecidas como fortes, têm suas fraquezas escondidas e algumas chegam a ser bizarras.

No meio ou no fim do caminho é preciso que a gente exercite nossa capacidade de vencer limites diariamente, sob pena de ficar no vácuo...