domingo, 11 de agosto de 2013

Quase não sinto saudade...


Saudade é um sentimento estranho para mim. As pessoas que estão na minha idade são quase todas saudosistas e outras bem mais jovem são bastante. Sou uma pessoa quase desprovida de saudade. Acho até que sou meio "anormal" nesse sentido, porque além de quase não sentir falta do que passou ou de pessoas, tenho uma mega implicância com gente saudosista.

Sei que muita gente vai terminar de ler esse post me achando a pessoa mais seca e amarga que conhecem (vai ver até que tem razão... rs) . No entanto podem me acusar de tudo, menos de ser hipócrita e dizer coisas que não sinto. Cada vez mais me recuso a dizer o que não estou sentindo e saudade é uma delas.

Se tem uma coisa que realmente me irrita é esse povo que vive falando "na minha época isso...", "no meu tempo aquilo...". Meu tempo é hoje, aqui e agora! Sou muito mais de pensar no futuro que é algo que posso modificar com as minha ações atuais, do que viver grudada no passado. Esse só me me serve mesmo de referência para não voltar a cometer certos erros.

Agora o mais preocupante em mim é o fato de ser raro sentir saudade de alguém. Ultimamente tive fazendo uma análise da última pessoa que senti falta e cheguei a conclusão que foi uma amiga do trabalho, quando ela estava de férias em junho. Senti saudade dela, porque é alguém com quem divido muito de mim, ela tem o meu jeito de ver o mundo e a vida. Fora essa amiga, não consigo me lembrar de outra pessoa que tenha sentido saudade, vamos dizer, nos últimos seis meses. Isso seria preocupante, só não é, porque não me traz sofrimento e se não sofro com isso, não é um problema a ser resolvido. Mas me intriga ser assim. Talvez a vida tenha me ensinado a viver sozinha e me acostumei com isso.

Não quer dizer que não goste das pessoas, ou que não pense nelas, só não sinto essa necessidade urgente que a maioria tem de estar em contato, ver, conversar. Eu me contento em saber que a pessoa existe, que se a gente se encontrar vai ser bom e que se a gente não se encontrar é porque não deu. É mais ou menos assim que funciona na minha mente, que alias, é super prática e nada romântica.

Fico pensando se o fato de quase não lembrar do que passou tem a ver com o fato de querer esquecer meu passado masculino. Pode ser e pode não ser, não cheguei a nenhuma conclusão nesse sentido, mas de alguma forma isso pesou. No entanto, nunca fui de olhar para o passado, nem mesmo quando vivia num corpo masculino. Então acho que o que pesa mais é o fato de ser assim  em essência.

De épocas vividas, essas então quase nem me lembro. E olha que não foi por falta de emoções. Minha vida é meio paradona hoje em dia, mas já tive fases enormes de vida muito intensa, com muitos acontecimentos, muitas alegrias e tristezas, um campo ótimo para se instalar o saudosismo. Mas raramente lembro do passado. E das pessoas que ficaram lá, muito menos. Tem um cara que gostaria que ele reaparecesse na minha vida. Foi uma paixão muito forte. Dele, uma vez ou outra, lembro com uma certa saudade. Acho que esse é o único do passado. E talvez goste de me  recordar dele e sentir um pouco de saudade, faz com que me sinta humana, fazendo parte de... rs.

Sinto falta da época que minha voz funcionava melhor, mas até nisso a coisa não vem acompanhado do sentimento saudade, mas do arrependimento por ter feito a cirurgia. Acho que quando sinto falta de algo é porque me arrependo de não ter tomado outro caminho. 

Hoje é Dia dos Pais e minha relação com meu pai sempre foi complicada. Devo dizer que não sinto saudade nenhuma do meu pai, nunca tive, não sinto falta da figura paterna,  nunca tive vontade que ter tido outro pai, enfim, não sinto falta desse laço, simplesmente não sinto nada. Sei que dizendo isso aqui muita gente vai torcer o nariz, mas na real, é o que sinto. Admiro demais quem tem relações gratificantes com seus pais, me emociona ver. Relações familiares legais me tocam, acho bonito, mas como a interação com a minha família sempre foi angustiante, simplesmente deletei.

Agora saudade do que não vivi sinto sempre... rs. Na verdade é um sentimento que parece saudade, mas não é. Fica meio como uma nostalgia de algo que poderia ter sido e não foi. 

37 comentários:

  1. Me arrisco a dizer que vc tem saudade daqueles dias em SP. :)
    Você não é totalmente seca, Márcia Gilbert.

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  2. Quanta transparência!... Por isso você é tão segura de si!
    Bjos de uma fã sua, rsrs....

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  3. Saudade é uma coisa esquisita mesmo! As vezes sinto falta mas na maioria das vezes, não.

    Eu acho que tenho mais o problema de "saudade" daquilo que ainda não sou, do que aquilo que fui ou sou.

    Gostaria de esquecer completamente algumas situações do meu passado, como vc! rs

    Bjs

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    1. Disse tudo ..e isso que sinto as vezes..que bom que não estou só. .

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  4. Saudades é algo espontâneo e muitas vezes incontrolável, mas tudo deve ser bem dosado, pois se passar do limite de torna algo inconveniente....
    Beijon!

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  5. Também tenho ZERO saudades do meu pai, que já morreu. Não fez e não faz nenhuma falta (para horror de quem acha que eu deveria sentir algo).

    Saudades... nem sei do que sinto. Talvez de locais, de sensações... mas de pessoas, quase nenhuma. Estranho, não?

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  6. Tenho saudades da época em que eu acreditava mais no mundo e nas pessoas. Saudades de um certo otimismo que perdi lá atrás, nem lembro onde. Agora, a tal nostalgia pelo que podia ter sido e não foi, isso eu sinto sempre...

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  7. Sabe Dama, a vida dá tantos tombos na gente que quando uma pessoa fala pra mim que se endureceu e fechou o coração eu não julgo!
    Entendo demais isso de vc falar que não sente falta de ninguém, mesmo porque acompanho sua trajetória aqui e imagino o que já passou...

    Tipo, acredito que um dia vc poderá conhecer pessoas interessantes, amigos, amores e daí voltar a se abrir, mas tudo ao seu tempo e respeitando vc mesma...

    Eu sei, porque sou assim tb! Boa sorte pra vc! Beijos!

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  8. Eu acho que dizer "no meu tempo" é atestado de velhice..rsss...sempre me policio pra não fazer isso, e tb sou muito otimista: acho que o melhor não foi o que passou,mas o que ainda está por vir, agora, sobre saudade,só tem uma que não consigo controlar: é a do meu pai,que morreu faz 4 anos,mas parece que foi ontem,pois sinto demais a falta dele, e esse vazio parece que nunca vai ser preenchido...em geral,sou bem alegre, mas não consigo conter as lágrimas ao pensar ou lembrar dele, e essa sensação surreal do "nunca mais"...

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  9. Oi Dama!

    Faz tempo que não deixo comentário...
    Ao contrário de você sou super saudosista. Até tenho melhorado, antes a saudade doía, agora não dói mais. Sinto saudade de muita coisa, e digo " na minha época", rsrsrs mas acho que é porque vivi muita coisa boa, sempre aproveitei muito, conheci muita gente legal e hoje como as coisas estão mais paradas, dá saudade. Saudade de gente? tenho também! Principalmente de pai, mãe e irmã pois já estão todos lá em cima. Mas não vejo porque iria te achar seca e amarga, cada um tem jeito de ver e sentir as coisas da vida. Você vive o hoje e isso é muito bom. Eu estou aprendendo a curtir mais hoje a cada dia.

    Beijos, Renata
    palpitandoemtudo

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  10. Acho que sempre vamos sentir saudades.
    Eu lembrei que li um post seu sobre sua voz, é complicado.

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  11. Querida Cris, tenho uma amiga da blogosfera que acho seus textos viscerais, mas os teus, são asustadores rs(brincadeira), como disse alguém, quanta transparência...mas eu sinto falta também do que poderá ser, mas sinto falta do que deixei de fazer, sinto falta também do que passou e eu vivi intensamente; às vezes, mesmo que não queiramos, existem fantasmas que voltam. Acho saudável ter saudade, mas não ter não te torna uma et, acredito que encontrei um ser maaravilhoso, que tem sentimentos, outros, e que me fala disso com a naturalidade que espero que encontrem no meu blog, assim como eu naturalmente sinto falta, e às vezes até sofro um pouquinho, só um poquinho nos dias de hoje rs...Cris, amei tua risada lá no meu bloguinho, quando eu comecei a escrever aquilo, eu tava rindo, e a tua risada no comentário fechou com chave de ouro aquele post, obrigado sempre pelo carinho e visitas.
    ps. Meu carinho meu respeito emu abraço.

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  12. Talvez por tudo que vc viveu vc nao se deu o direito de se vincular e ai criou uma casca. Ai se sofre menos.

    :/

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  13. Eu sinto saudades de muita coisa, mas querer voltar e reviver não tenho não! Saudades para mim é nostalgia, gosto de pensar em coisas boas do passado, mas é passado acho melhor olhar para frente. Não acho que o fato de não ter saudades te faz uma pessoa fria, aliás pare de dizer isso!Uma pessoa sensível e inteligente como você não é fria, pode ser mais racional que a maioria, mas não indiferente.
    bjs
    Jussara

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  14. Sou super nostálgica e sinto saudades de tempos que vivi e queria ter vivido tempos que não vivi, acho que por isso adoro o estilo retrô, vintage. Lembro de muitas coisas com pouca idade e daria muito pra poder voltar no tempo, mas isso é coisa de filme. Já do meu pai, sinto falta, ele foi mesmo um pai e sofri quando o perdi.O que mais sinto saudade é dos tempos de menina, adolescentes e principalmente de pessoas que já perdi. Gostei do post. Assunto que me interessa ler, conversar e tal.

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  15. Olá Dama
    Ao contrário de você, sou uma pessoas cheia de saudades. As tenho de lugares, coisas e pessoas, e não me considero hipócrita. Quando digo que estou com saudade estou mesmo. Quando digo que estou com saudade, não estou dizendo que o que passou é melhor, apenas deixou marcas, que fizeram parte da história de minha vida. Quanto ao foto de você não sentir, não acho nada de "anormal", cada um é cada um, e tem os seus motivos.
    Bjux

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    1. Wanderley, eu não acho que quem diz que sente saudades é hipócrita. Apenas eu disse que não digo o que não sinto, e no caso é saudade. Não sei bem se você entendeu mal um trecho do meu texto, ou se eu entendi mal seu comentário... rs

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  16. Oi Dama
    Quando eu disse que não sou hipócrita, quis apenas reforçar que falo com o coração. Em momento algum achei que vc falou que quem tem saudade é hipócrita.
    Bjux

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    1. Que bom, então foi só uma impressão errada minha. Desculpa. Beijocas

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  17. Já senti muita saudade dos que morreram, especialmente meus pais. Hoje são recordações, geralmente agradáveis, aqueles momentos bons que saltam de algum lugar da memória.
    Gosto de viver no agora e tenho dificuldade com pessoas que acham que aquela época passada era melhor. Penso que temos que fazer o melhor em que época for.
    beijo

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  18. Interessante o que escreveu, me identifiquei em partes. Aprendi que independente da época, "sentiremos" a presença ou a ausência, dessa ou daquela pessoa. E isso pode ser em graus diferentes. Durante muito tempo eu não gostava de "sentir saudade", me incomodava com as lembranças. O tempo foi passando, fui amadurecendo e comecei a me relacionar melhor com meus sentimentos e isso foi uma ótima descoberta. Tanto é que hoje posso me lembrar de fatos e pessoas sem nenhum "melancolismo". Aliás tenho que registrar que, uma grande vitória para mim é poder falar de tudo isso abertamente. Resolvi escrever minhas histórias sem nenhum temor e estou aprendendo bastante; principalmente lendo textos como os que você escreve. Ah! Também não fui criado por meu pai e nunca senti e nem sinto falta dele! Simplesmente não consigo sentir nada em relação à ele! Abraços e Parabens!!!

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  19. Oi Cris...faz tempo que não venho comentar seu blog. Eu leio sempre, saiba disso, mas estava desmotivado para deixar opinião. Deve imaginar por que. To me recuperando aos poucos.

    Meu pai é um homem que vive do passado. Ele conta e reconta as histórias de uma forma saudosista que o ajuda a se manter vivo. Não sei até onde isso o ajuda ou ajudou, mas o fato é que ser criado ao lado de uma pessoa assim aaba transferindo para os filhos essa carga emotiva. Acho que dos tres filhos eu sou o que mais me apego com algumas histórias do passado. Não vivo dele, graças a Deus, olho o futuro e vivo o presente. Tenho meus momentos de saudade, não nego, e isso de certa forma me faz bem. Quando visito as histórias passadas, fotos, musicas e lembranças recarrego minhas energias. Acho que tenho essa necessidade de tempos em tempos me certificar de como cheguei aqui.

    Agora saudade mesmo, literalmente, essa eu sinto. Saudade da infância e principalmente das pessoas que se foram e marcaram de alguma forma minha vida. Ultimamente tenho sentido uma falta, uma saudade imensa, dolorida da minha mãe. Sexta agora fará apenas 2 meses da sua partida, mas parece que isso aconteceu a décadas. Esse tipo de lamentação é muito pessoal. Evito falar por que cansa quem está por perto. A dor da perda e essa saudade são particulares, só a gente sabe como sente.

    Acabei tocando nesse assunto justamente pelo tema do seu post: saudade.

    Alias, tenho saudade de conversar com vc. Nunca mais falamos sobre novela...rs rs rs...apareça para papearmos um pouco. Eu continuo amigo, viu!!!

    beijão.

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  20. Oi, Dama!!
    Acho bom sentir saudades, mas não demasiado. Acho bom dividir a saudade com alguém que compartilhou com a gente do momento e com alegria. Mas não acho bom ouvir a saudade alheia - torna-se chato na medida que a pessoa torna-se repetitiva. Ouvir uma história do passado uma vez é legal, duas vezes (você já contou essa história), três vezes (você já contou essa história 2x)... na quarta vez dá vontade de pedir para a pessoa marcar uma consulta com o neurologista. Infelizmente não é somente da "saudade" que essas pessoas se tornam repetitivas... Por amor, carinho, amizade, você pode até suportar o que se torna uma mania... até um certo limite!!
    Mas cá pra nós, o estágia da saudade é até bom se comparado com o seguinte... se referir o tempo todo à "morte".
    Beijus,

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  21. Olá Dama. Nossa, eu confesso que sou mega saudosista.. tenho saudade de situações, de lugares, de pessoas, de objetos, de outros tempos. Mas ao mesmo tempo, procuro viver o meu presente. Acho que o problema não é sentir saudade, mas sim se agarrar ao passado e não se permitir o novo. Têm muitas pessoas assim, ainda bem que não sou uma delas. Agora vc falou algo que sinto demaaaaais: saudade do que não vivi... nossa, isso às vzs perturba a alma. Enfim..
    bjus

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  22. Li seu post no inicio da semana e hoje outra vez. Saudade..eu ja senti muita, mas com o tempo, passei a observar mais, sentir menos e analisar se realmente valia a pena sentir saudades de pessoas que estão "cagando e andando" pra mim.
    Resolvi que não... não vale a pena. Hoje, analiso mais e me resguardo tambem. Sinto falta, isso sim, de algumas pessoas com quem eu gostaria de voltar a conversar... bater papos. Mas, entendo que, não vale só o meu querer..tem a outra parte tambem.

    Quando à epocas... sinto saudade da minha infancia... mas não quero voltar.
    Era uma época feliz pra mim...totalmente livre.

    Beijos Cris.

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  23. Olá Dama. Também confesso ser mega saudosista..Tenho tanta saudades de tanta coisa. Uma vontade de ter feito diferente, vontade de voltar ao passado e consertar tanta coisa.

    Mas admiro sua opinião. Afinal, somos diferentes. E o que seria o mundo sem essas diferenças?

    Beijocas

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  24. Como Renato já contou: "É só você que tem a cura pro meu vício de insistir nessa saudade que eu sinto/ de nunca que eu ainda não vi"

    =)

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  25. Oi Dama, muito bom dia de domingo!

    Hoje, depois de quinze dias dessa tua postagem é que venho tratar sobre ela. Não estou pedindo desculpas. Não é bem isso. Li essa mensagem, gostei, e quando ia deixar meu recadinho, meu comentário, apareceu em casa uns amigos, e depois, minha esposa e eu saimos em visita para casa de outros bons amigos. E como as vezes, nós somos de momentos, depois de dias pensei que tinha deixado meu recadinho e não deixei rsrsrsrs...

    Hoje, relendo seu post fico à imaginar os teus motivos para sentir e para não sentir saudade.

    Para aqueles e aquelas que já te acompanha a algum tempo, vai entender que não é que tenhas um coração duro, mas que pelo fato de ter passado por tantos pesos, ter sofrido, caído, levantado, etc... depois de certo tempo, fica apenas no peito as coisas realmente importantes. As que não são tão importantes assim, são colocadas num quartinho, num arquivo do coração. E como a maioria das coisas jogadas em arquivos, ficam lá ha anos, depois de um tempo, ficam escondidas, esquecidas... E depois, quando lembramos de alguns resquícios do que foi arquivado, já nem tem tanta importância para os dias de hoje.

    Não sei se é bem isso que se passa contigo, mas esse é o meu pensamento de hoje com relação às lembranças.

    A vida tem dessas coisas, e o melhor de tudo é que no geral, estamos sempre aprendendo. E com certeza, se não fosse por esses aprendizados, não estarias essa mulher forte, transformada, renovada que está sendo nos dias de hoje.

    Tenho certeza de que quando chegar no limiar da vida vai olhar para teus passos e dizer: valeu à pena!

    Muita paz, sempre, meu anjo sem asas!

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  26. Saudade... sinceramente, só do meu avozinho (que morreu faz perto de 25 anos) e de um tio muito querido, que também se foi há cerca de 20.
    Como me sinto um estorvo no mundo (algo como: não devia ter nascido, mas 'aconteci'), nunca me senti querido. Esse tio e meu avô (os outros três já tinham morrido, quando eu nasci) gostavam mesmo de mim. Os outros 45 membros da família, jamais. Nenhum.
    Quando a gente vive, sozinho ou com alguém, tudo o que tinha que viver, acho que não dá saudade. Acho. Meu avô e meu tio foram embora 'antes da hora', ou melhor, eles se foram antes da minha hora. Sei lá, foram.
    O tempo é uma m*. Não é por acaso que Kant o 'classifica' como juízo apriorístico: o tempo é, e nós só estamos. O tempo já era, quando nós viemos. O tempo persistirá, quando nós formos... idem o espaço.
    Saudades do que nunca tive: acho que isso é esperança. Nunca tive muita esperança, também. Meus pais eram pobres, comecei a trabalhar cedo, estudei feito um louco e, na busca de saber como é que vim parar neste planetão esquisito, comecei a estudar muita filosofia, muita teologia, várias línguas, etc. Tudo isso para nada hahahahahaha! Se tivesse resposta, os gênios da humanidade já teriam respondido.
    E no fim das contas fui ser advogado - por quê, raios? Queria ter sido professor de Português, mas minha mãe não deixou.
    É isso o que tenho sobre 'saudade'. Camões diz, num de seus sonetos, que 'não pode haver desgosto onde esperança falte'. E eu acho que não pode haver saudade onde nunca houve muito prazer.
    Delirei? Os excessos etílicos me fizeram caminhar nas nuvens sem o trenó do Papai Noel? Rsss....
    Beiijos!

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    1. É Furlan, quanto mais leio seus comentários mais vejo que somos parecidos. Também me acho um erro, um engano total, algo que não deu certo ao ter nascido... rs. Ainda bem que a gente vai aprendendo a lidar com essa sensação e a até fazer com que ela jogue a nosso favor em alguns momento... rs.

      Eu queria ter sido médica e trabalho no TJ, sou quase sua colega de trabalho... rs. Tenho muitas frustrações e algumas realizações, mas a sensação de que sou uma farsa me acompanha sempre. Estranho isso, tem muito a ver com baixa autoestima, que eu confesso que tenho.

      Beijocas

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    2. Eu também não sinto saudades de ninguém.

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  27. Sabe Marcia, eu diria que realmente sou desprovido de saudade.Nem do meu irmão eu sinto saudade,as pessoas da minha família dizem saudades mas essa saudade infelizmente não posso retribuir e até meio que me incomoda um pouco pois ela não corresponde.Bom acho que não sou normal pois não sinto saudades de ninguém a única pessoa que eu realmente sinto saudade é minha mãe.Quando eu tô longe de alguém é como se eu desapegasse da pessoa .

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  28. Oi, acho que todos passam por momentos como esses, e que assim como precisamos ficar sós, precisamos também de pessoas que nos ouçam, e que nos vejam como um enigma, parece um vício comum a simplesmente toda a humanidade querer ser notada por algum " super poder" ou "divergência da massa"e a sua iniciativa de criar um blog pra isso é a prova da segunda, não quis falar pra ninguém, só pra todo mundo postando na internet, curioso devo dizer, não há nada de mais nisso. Eu não vejo. Quando fazemos essas observações nos tornamos mais comuns.Bjs. acho que você concluí tudo isso que eu falei logo que postou a mensagem ou poucos dias depois, você é bem esperta.

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  29. Vasculhando a net, procurando uma pista a respeito da minha frieza em nao sentir saudade, eis que encontro esse post!
    Minha mae falecida ha 6 meses e eu me culpando por nao sentor falta dela.
    Na verdade eu aprendi a desgostar dela. Nunca foi presente na minha vida, nunca gostou de mim,como se eu simplesmente fosse culpada por existir na vida dela. E eu, anos e anos tentando fazer com qie ela se orgulhasse de mim. Fui trabalhar aos 14. Me sustentava sozinha pagando aluguel aos 18. Comprei meu carro, estudei, me formei, e ela nunca teve tempo e coragem pra reconhecer. me sinto frustrada. Por outro lado aliviada por sua ausencia. Queria sentir saudade, mais nao consigo

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  30. Moça,me sinto assim também. Não sinto saudade das pessoas , nem das situações que me ocorreu. Este ano por exemplo, não sei o que aconteceu mas não sinto falta de quase nada. Acredito que talvez sinta falta de uma única pessoa. Mas infelizmente nem dos meus pais costumo sentir saudade. Pensei que havia algo de errado, mas vejo que é mais comum do que imaginava. Estava pensando hoje sobre pessoas saudosas e notei que não sou nem um pouco,apenas de momentos que ainda não vieram a acontecer.

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  31. é tão bom saber que existe pessoas como a gente,eu gosto de fazer quase tudo sozinha e não sinto saudade de coisas ou pessoas exceto de minha mãe que já se foi!! E esses dias tenho ficado inquieta e me perguntando por que sou assim? Se acontecer de um rompimento ou afastamento de alguma pessoa de minha vida, eu vivo como se essa pessoa nunca tivesse existido em minha vida.

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  32. Eu me identifico com sua visão. Sou expatriada, moro fora do Brasil a 7 anos e não sinto saudade nenhuma. Não sentir saudade de um lugar específico, comidas, pessoas do cotidiano acho relativamente normal, mas eu não sinto falta nem da minha família. De nada nem ninguém. Está certo que a relação com meu pai sempre foi inexistente, mas eu vivi uma grande catarse no exterior. Através de constelação familiar e astrologia reconheci minha família como tóxica após ser vítima de muitas condutas condicionadas por eles. A astrologia também me ajudou a entender porque sou assim. Tenho muito ressaltado no meu mapa o exílio em terras distantes... E é assim que me sinto, exilada, imune, feliz, sem deixar que ninguém interfira na minha vida ou condicione, mesmo que sutilmente, a maneira como me posiciono diante dela. Muito obrigada pelo seu texto, por passar tanta verdade no seu relato. Forte abraço!

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Eu sempre vou respeitar sua opinião, mesmo que não concorde com ela. Então, por favor, respeite a minha!

Comente com civilidade!

Se seu comentário foi recusado, certamente a explicação está aqui:

http://confissoes-femininas.blogspot.com/2011/07/comente-com-educacao.html