
Fazia tempo que não destilava minha acidez, mas esse assunto merece. Não suporto gente que despeja sua carência para que o outro resolva, dê conta do que está errado ou faltando na vida dela. Simplesmente me dá total angústia, me sinto sufocada, aborrecida e sem paciência!
Isso quer dizer que não tenho meu lado carente?! Que minhas amizades mais chegadas não são carente? Não!! Claro que não. Tenho sim muitas carências, mas busco não atirá-las como pedras nos outros. Se estou carente, vou ver um filme, encher a cara de cerveja, vou chorar até as lágrimas secarem, mas não vou ficar sufocando os outros, nem me jogando em cima das pessoas como se fossem tábuas de salvação.
Sempre digo que se uma pessoa quer me prender, me deixe livre! Claro que esse "deixar livre" não é me ignorar... rs... mas não ficar indagando se fiz isso ou aquilo, porque estou agindo desse ou daquele jeito, nem ficar pedindo para que eu faça declaração de amor. Certamente se a pessoa não ficar me pressionando, cobrando atitudes e palavras, na hora certa eu vou dizer tudo. Darei satisfação naturalmente, direi o quanto gosto da pessoa naturalmente. Mas se me imprensar na parede, aí eu me fecho como uma ostra. Sim! eu nunca disse que era uma pessoa fácil! Mas sou parceira quando gosto de alguém!
Vamos as minhas analogias. Tem gente que anda com suas carências, frustrações e angústia, como quem anda com bolsas grandes e pesadas; assim que encontra alguém joga o peso nas mãos do outro sem nem perguntar se a pessoa pode ou tá a fim de segurar aquilo. Repouse suas bolsas no chão e quando alguém se oferecer para segurar, aí sim entregue.
Em relacionamento amoroso o tipo de homem que me atraí é o objetivo/prático e bem humorado. O tipo que raramente apareceu na minha vida. Homens românticos demais, melosos demais, melancólicos, pegajosos demais, ciumentos demais, quase sempre me levam à angústia, justamente porque no pacote quase sempre vem incluída uma grande carência. Não sei muito bem lidar com excessos sentimentais. Isso se deve ao fato de que precisei me tornar menos passional e mais prática/racional, para fazer minha vida funcionar do jeito que queria. Claro que sou sensível, tenho meu lado romântico, sim. Mas certamente não excedo nesse ponto. Peco até pela falta, mas dificilmente pelo excesso.
Não estou confessando que sou uma pessoa morna. Isso não sou! Sou enfática e bem intensa na forma de me expressar, como em momentos que me deixam alegre, ou com raiva! Mas certamente o que rege a minha vida na maior parte do tempo, é meu racional, é ele que me dá chão, segurança, firmeza.
Nos relacionamentos em geral, seja ele romântico ou de amizade, o meu lema é o velho: "Viva e deixe viver!". É pré-requisito para me ter ao lado. Caso contrário eu escorrego feito sabonete molhado... rs.