(adoro a Amy, mas ela representa bem o que vou abordar hoje)
Em se tratando de autodestruição as pessoas diferem bastante, umas são bem autodestrutivas e outras ao contrário estão sempre se reconstruindo não importa o que aconteça. Mas existem as pessoas como eu, que tem os dois lados agindo quase que simultaneamente, em umas fases tenho uma tendência a detonar minha vida, em outras uma enorme capacidade de reconstruir. A batalha entre esses dois universos me cansa bastante.
Lá na minha adolescência e início da fase adulta, posso dizer que eu era 80% autodestrutiva. Quem chegou a ler o livro que disponibilizei, pode verificar que só não morri porque não era para ser mesmo, porque corri muitos riscos, não me importava se iria morrer ou não, na verdade nunca tive e nem tenho medo da morte, é algo que até daria outro post. Então vivia como se não houvesse amanhã, tinha um prazer mórbido em fazer tudo ao contrário, em chocar, em escandalizar, em contrariar. E me sentia intimamente satisfeita quando estava detonando minha vida. Hoje entendo que grande parte disso era porque queria muito me livrar do corpo masculino que sentia não pertencer a mim. O corpo funcionava como uma prisão e destrui-lo significava, emocionalmente, me libertar.
Quando falo em autodestruição não estou dizendo que meu desejo é me matar. Até foi há muito anos atrás, mas faz tempo que isso não passa mais pela minha cabeça. A autodestruição que falo é algo mais como um processo negativo, algo que vai na contramão de tudo e sim, pode em alguns momentos colocar a vida em risco, mas não de forma consciente.
Claro que chegou um momento em que tive que optar e foi a partir daí que começou a batalha entre meus dois lados. Muita gente que me conhece só pelos meus posts ou só depois que me tornei a Cris, pode achar que estou exagerando quando digo que sou essencialmente autodestrutiva, mas sou. O que acontece é que tenho uma característica que me ajuda muito, que é uma grande determinação quando quero agir em cima de algo. E uso essa determinação para sufocar esse meu lado destrutivo, que é forte.
Depois de um tempo aprendi a usar a determinação não só para sufocar o lado destrutivo, mas também para reconstruir minha vida. Acho mesmo que a minha determinação foi o que me salvou e salva até hoje. Nos momentos em que estou no limite, quase desistindo, quase me entregando para esse lado negro, vem uma força que parte dessa determinação e bloqueia.
Dessa maneira, aparento para as pessoas ser uma pessoa construtiva e que age para o positivo com certa facilidade, mas na verdade o que existe mesmo é uma grande batalha para sufocar esse meu lado negro, que parece sempre está lá me chamando, me arrastando, consumindo minha vontade de existir.
Acho que me darei como vitoriosa se ao final da minha vida perceber que consegui viver mais tempo construindo do que destruindo, nesse momento eu saberei que venci. Porque a batalha entre os dois lados segue com o lado construtivo ganhando no momento, mas estou sempre atenta.
Uma das coisas que tenho aprendido enquanto espírita é que essa tal de reforma íntima não é nada fácil.
ResponderExcluirAuto construir.
Auto destruir.
Todos temos estes dois fatores intrínseco dentro de nós, e as vezes pendemos mais para o negativo do que para o positivo. Nem sempre observar nossos erros é fácil. Mas vale á pena tentar.
Reconhecer que temos um lado negro dentro da gente já é um ótimo começo, nem sempre fácil.
O que importa mesmo (e falo disso na postagem de hoje) é quando aprendemos com nossos erros e reabilitamos novos caminhos. Novas etapas.
As tuas experiencias que são cem por cento pessoais valem histórias.
Parabéns por sua conduta em se auto reconhecer.
Segue uma de minhas frases que tem tudo a ver com este teu texto e que gosto de repetir.
"Em todas as vidas terei sempre a minha. Em todos os mundos serei sempre eu" (Ed Soares - www.blogdoed.com)
Um beijo na alma com o desejo de muita paz, Cris!
Tb Sou Espírita E Tenho Um Lado AutodestrutiVo Mto forTe. Hoje Tento Superar Isso E Admiro Mtp AB Dama. Parabéns.
ExcluirEssa característica torna vc única, Dama. Mas poucos compreendem ou sequer tentam te entender.
ResponderExcluirmais um post seu que mostra o quanto somos parecidas...rs...
ResponderExcluirpor aqui é uma luta eterna entre o "destrutivo" e o "construtivo" - felizmente, o construtivo tem ganho a batalha. Mas é cansativo, sempre... Me policiar pq o lado "destrutivo", se acordado, não tem limites é bem cansativo... Me puxar pro centro, pro chão, sempre que há a fagulha que acordaria essa "auto-destruição" é cansativo...
Já fiz muita terapia nessa vida... serviu para meu auto-conhecimento, para saber quando este lado ruim está prestes a acordar, para identificar todas as fases nas quais inconscientemente busquei a auto-destruição, para evitar cair nisso. Ainda assim, não estou totalmente a salvo desse meu lado.
Amy foi um ótimo exemplo, mas quem sabe sem esse lado autodestrutivo dela ela não teria entrado num estado emocional tão elevado a ponto de escrever as incríveis músicas dela? Não sei, cada um é cada um. Também conheço pessoas em que o lado autodestrutivo é forte, mas elas, ao contrário de ti, não arrumam forças para ajustar essa "equação" ~~
ResponderExcluirAcho uma vitória tua já ter consciência dos dois lados, do que quer ser mais forte em você.
ResponderExcluirPoucos devem ter esse reconhecimento.
E eu admiro a Dama de Cinzas, que renasce como a fênix.
Beijo
busco me reconstruir todos os dias ... em mim jamais haverá espaço para autodestruição ...
ResponderExcluirCada um com seus dramas pessoais, suas expectativas e sonhos. Há uma luta interna e devemos procurar ter forças, para que a vida aconteça o mais suave possível.
ResponderExcluirBjux
Meu lado negro vive dizendo que as lutas são todas inúteis e que esse mundo-cão não vale nenhum dos sacrifícios que fazemos pra nos manter dentro dele... Sempre tive fases autodestrutivas, mas o cansaço agora é tanto que apenas fecho os olhos e me deixo arrastar - por outra pessoa - ladeira abaixo.
ResponderExcluirTe entendo bem,já fui e ocasionalmente ainda sou assim,mas vivo me policiando..o exercício de se manter bem e equilibrada é diário,por isso tão árduo.Não sei se consigo ser equilibrada em algum momento da minha vida,as 2 forças me puxam pra lá e pra cá,mas esse movimento me mantém viva!
ResponderExcluirOlá Cris, concordo com o Bratz, tento me reconstruir todos os dias quando acordo, mas apesar, reconheço esse lado autodestrutivo em mim, já tentei o suicídio quando adolescente, mas nunca mais, embora às vezes tenha uns post bem depressivos, mas procuro ver como arte e tentar melhorar sempre. Reflexivo post.
ResponderExcluirps. Carinho respeito e abraço
Acho estranho um processo para se destruir... pena que ele é tão comum.
ResponderExcluir:(
E esse desejo de auto-destruição é mais comum do que pensamos, não?
ResponderExcluirque bom que sua determinação te ajuda a seguir por um caminho mais saudável.
bjos!
Eilan
borderline-girl.blogspot.com
Acho que teu lado negativo te fez tão grande, contribuiu tanto pra vc ser o exemplo de vida que és! Eu tenho orgulho de você, por todos os momentos que você já passou e ter limpado todo o terreno e ter feito um estabelecimento lindo em cima dele.
ResponderExcluirSe você não tivesse aqueles momentos horríveis do livro, você seria uma pessoa pobre de várias coisas, de várias experiências e de sabedoria.
Um beijo, querida.
eu estava numa vibe autodestrutiva, mas chega um momento que cansa, e o que você mais precisa é estar perto da sua própria verdade, pro seu próprio bem.
ResponderExcluirTenho isso muito forte em mim ainda... Aliada a um pessimismo incrível que não passa de falta de confiança em si mesma né!?
ResponderExcluirAcho que melhorei bastante e te admiro muito por abordar esse tema dessa forma!
Grande beijo!
Adorei teu blog,e lendo as coisas que tu escreveu,fiquei pensando,que também tive esse meu lado,que me levou para um caminho bem complicado ,mas hoje superado(a 22 anos).Dou valor a cada coisa mais simples que vc possa imaginar.Temos que encontrar a razão de viver,e o amor é uma delas.Visite meus blogs..Bjs da Lesada
ResponderExcluirOiiii eu passo por isso, sou percistente mas tem horas que parece que nada vai mudar ai entro em desespero, mas depois eu mesmo entendo que se eu mostrar fraca a minha força se tornara pequena e espero que esse seu lado só te faça entender que tudo passa beijo.
ResponderExcluirAh, Dama! Tu que me acompanha sabe o quanto eu tinha um negativismo patológico. Desde que nasci. Atualmente tento me equilibrar no realismo, mas o negativismo me persegue.
ResponderExcluirEu tinha ímpetos por me autodestruir mentalmente todos os dias. Hoje consigo equilibrar esse sentimento, mas como você meu lado "determinada" também é muito forte. E é esse lado que me move e me mantém viva.
Tenho muitas oscilações de humor ainda, mas antes era muito pior.
Eu que li o teu livro vi o quanto anjos da guarda não deixaram que tu sucumbisse de vez. Sei lá. Por motivos diferentes, sinto que somos iguais.
E ainda bem que na minha adolescência eu nunca fui apresentada as tais drogas, pois eu não sei se teria a mesma força que tu teve para sair delas.
Mas eu tenho que te contar uma coisa. Na minha adolescência, nas farmácias vendiam livremente os tais remédios para emagrecer e eu comprava as porcarias só para sentir algo diferente já que meu estômago nunca aceitou que eu ingerisse bebida alcóolica demais. Dois copos e o estômago devolvia.
Beijão querida!
Entendo perfeitamente, porque neste atual momento minha sanidade mental não está perfeita. É uma briga diária para manter-me equilibrada e isso está me desgastando. A cada dia,parece que definho mais. Claro que não queria continuar dessa forma, mas isto me prejudica.
ResponderExcluirBeijos