domingo, 30 de setembro de 2012

Não sou saudosista, mas sinto saudades do que eu era...

Quem me conhece sabe que sou quase nada saudosista. Só não arrisco dizer nada saudosista, porque uma coisa ou outra me remete a um passado que gosto. Como dia desses que estava lendo os comentários do meu blog e me lembrando do meu primeiro blog em 2003. Naquela época ter 10 comentários num post era ser mega comentado, com a diferença que as poucas pessoas que comentavam tinha um envolvimento maior com o blogueiro. Talvez pela coisa da internet não ter o tamanho que tem hoje, a conversa era com pouca gente e mais aprofundada, pelo menos é a  impressão que tenho.

Lembro que as poucas pessoas que me comentavam, com todas tinha uma amizade virtual boa. E essa amizade acabou virando amizade real mesmo. A gente se encontrou, fizemos um grupo, uma turma gostosa, que me rendeu algumas viagens e que me trouxe muitas alegrias. Talvez tenha saudades do que eu era naquela época. Ainda não era tão defendida e desconfiada como sou hoje em dia, ainda mergulhava de cabeça nas relações, fossem elas de amizade ou romântica.

Nessa mesma época surgiu uma grande paixão na minha vida. Posso dizer que a última com aquela intensidade toda que foi. Então a gente quando sente saudades, a gente não sente saudades de como as coisas eram, a gente sente saudade mesmo do que a gente era, de como a gente se sentia! Como hoje em dia me considero mais centrada que antes em quase tudo, talvez daí venha esse meu pouco saudosismo. Não acho que épocas passadas sejam melhores do que a minha época atual, mas sinto saudade da intensidade que minha alma possuía, que fazia com que estreitasse laços de amizade com mais facilidade, que fazia com que vivesse mais emoções boas, mesmo que pagando o preço de ter um monte de decepções.

Às vezes me pergunto onde foi parar toda aquela minha emoção a flor da pele. Onde foi que perdi essa capacidade de me encantar facilmente? Claro que ser racional é bom, traz uma proteção grande, é confortável, mas um pouco de loucura apimenta a vida. Lembro que antes quando me sentia entediada, pensava numa nova loucura e normalmente aprontava alguma. Hoje em dia quando estou entediada, vou ver um filme... rs.

A gente paga um preço por amadurecer. E como se algo esfriasse dentro da gente e não sabemos identificar muito bem o que aconteceu. É certo que muitas pessoas envelhecem insanas, com a emoção a flor da pele. Eu não queria ter continuado assim, acho que quando era assim, sofria demais também, talvez até sofresse mais do que me deliciasse. Mas tinha o lado bom da coisa. E esse lado me dá saudades! Saudades do que fui e não sei mais como ser de novo.

domingo, 23 de setembro de 2012

Futilidade é algo que pertence somente às mulheres?


Quando se juntam algumas mulheres para falar de cabelo, moda, unha e etc, se tiver homem por perto vai logo dizer: "- Quanta futilidade.". Admito que tem mulheres que SÓ falam disso, mas falar sobre isso também é necessário para o mundo feminino. Caso contrário os homens teriam mulheres peludas, cascudas, desgrenhadas. Faz parte do universo feminino pensar nesse tipo de coisa. Agora interessante mesmo é que os homens também tem suas futilidades, e é bem menos comum eles serem acusados de fúteis, pelo simples motivo de que vivendo em uma sociedade predominantemente machista, até as futilidades masculinas são tidas como coisas importantes.

Temos como exemplo de futilidade masculina, e é um grande exemplo,  o futebol. Sinceramente, quantos homens passam a maior parte do dia falando, pensando, comendo, vestindo futebol? E não são poucos, muitos homens vivem para pensar em futebol e ninguém vai me convencer de que futebol é algo importante, essencial na vida de alguém que não trabalhe com esse esporte. Futebol é paixão, é diversão e assim deveria ser encarado, como momento de lazer, mas não é o que acontece. Percebo muitos homens do meu convívio, que estão adoecidos pelo futebol, de uma maneira que sinto tristeza mesmo.

O futebol é importante de verdade, para quem vive dele, para os patrocinadores, jogadores, profissionais da área e para os clubes. Alguém vai querer me convencer que, para população em geral, futebol é mais importante que novela? Para mim os dois estão no mesmo patamar, e não vejo tantas mulheres adoecidas por novela quanto vejo homens fanáticos por futebol.

Então sinceramente me digam. Só as mulheres tem futilidades? Claro que não. A questão é que as futilidades femininas são tidas como menores, aliás como tudo que pertence ao universo feminino. Parece que tudo que interessa mais às mulheres, é pequeno é sem importância. E tudo que interessa mais aos homens, é algo que tem que ser respeitado. Sinceramente eu não tenho a menor paciência para essa desvalorização em cima da mulher.

Óbvio que quando digo futilidades, não me refiro somente a esses assuntos abordados no post, mas todos os assuntos que não trazem um acréscimo importante para sua vida. E também não estou dizendo que futebol é algo que deva ser desprezado, ou que seja uma paixão exclusivamente masculina, eu até gosto, tenho meu time, vejo jogos e torço, mas acabou a partida,  sigo minha vida sem pensar naquilo. Assim como gosto de saber sobre xampus, cremes, esmaltes e moda e nem por isso vou viver para isso, apenas reservo momentos do meu tempo para pensar nisso. Sei que existem mulheres doentes por moda e beleza, do mesmo jeitinho que tem homens doentes por futebol. Apenas fico P da vida quando só as mulheres são acusadas de fúteis.

A pessoa fútil, seja ela homem ou mulher, me causa angústia. Sinto tanta agonia com o professor da minha academia que fala o tempo todo do Flamengo, quanto com a estagiária do meu trabalho que só fala em comprar roupa e sapato. Acho que o ser humano tem um potencial incrível para ser desperdiçado com apenas dois ou três assuntos. Podemos pensar um pouco sobre  tudo, só assim a gente vai aproveitar essa passagem aqui pela vida. É questionando e  analisando que vamos chegar a conclusões, se ficamos perdidos em um só pensamento, estamos desperdiçando possibilidade de aproveitar o que a vida tem de melhor que é o experimentar, vivenciar.

domingo, 16 de setembro de 2012

Arrependimentos...


Acho o arrepedimento um sentimento terrível, que corrói a gente por dentro de maneira silenciosa. Muitos dizem por aí que é pior se arrepender do que não fez. Acho que minha experiência de vida diz o contrário, que é pior se arrepender do que se fez e deu super errado.

No meu momento de vida, ando passando por algo assim, algo que escolhi fazer e que deu super errado e que trouxe consequências para minha vida em todos os níveis. O chato disso é que aquilo que queria evitar, foi exatamente o que provoquei com a minha atitude. Então você saber que precipitou o inferno para sua vida, um inferno que poderia não vir se tu tivesse ficado paradinho, apenas não tivesse agido. A dor de saber disso é algo que machuca demais. E é algo assim que não dá pra sair dividindo com os outros, porque até falar sobre isso machuca.

Eu peco demais pelo excesso de atitudes. Várias vezes na minha vida eu sofri com grandes arrependimentos por conta de atitudes precipitadas. Muitas vezes queria ser mais acomodada em certas circunstâncias, ficar esperando mais a vida se resolver. Mas daí também se nos acomodamos demais caímos no extremo oposto, que é se arrepender das oportunidades perdidas.

Me arrepender pelo que não fiz é algo que aconteceu pouco na minha vida. Até porque minha vida não foi cheia de chances maravilhosas, tudo sempre foi muito batalhado. As poucas chances assim caídas do céu que tive, normalmente foram chances mesmo de luta por algo. Acho mesmo que esse é um traço de vida da maioria das pessoas, poucos são os privilegiados em que a vida traz tudo de bandeja.

Acho que minha tendência agora é pensar bem antes de agir, parar para analisar os prós e contras, mas mesmo assim admito que quando coloco algo na cabeça, geralmente preciso tentar aquilo, é algo quase compulsivo.

Ao final acho que o mundo meio que se divide entre os que se arrependem mais do que fez e os que se arrependem do que não fez. Resta saber qual tipo de pessoa você é para poder trabalhar isso.

domingo, 9 de setembro de 2012

Conquistas vazias...


Vou tentar ir voltando aos poucos para o blog e hoje me deu vontade de escrever sobre conquistas e o que nos traz realizações verdadeiras.

Muitas vezes fico olhando as pessoas e penso que elas são mais felizes do que eu, que se sentem mais realizadas. Em outros momentos me sinto agradecida pelas minhas conquistas e sinto que deveria estar mais de bem comigo mesma, mais do que me sinto no geral. Mas a verdade é que as pessoas não são mais felizes do que eu e nem tenho tudo que preciso para me sentir plena. Tudo é muito relativo.

Quando faço uma retrospectiva da minha vida, do nada que já fui um dia para o que sou hoje, acho realmente que conquistei muito. Mas existem pontos na vida de todos nós que são como uma espécie de "Calcanhar de Aquiles", aquilo que desejamos muito, muito mesmo e é tudo que não temos, resultando numa vunerabilidade. Não sabemos dizer ao certo se desejamos muito porque nunca alcançamos aquilo, ou se por acaso tivéssemos aquilo, realmente faria toda a diferença que pensamos.

Dias desses estava pensando em quais seriam meus maiores sonhos. O que se tivesse realmente me traria uma sensação de plenitude emocional. E me vieram duas respostas, duas coisas que se conseguisse, tenho uma convicção íntima de que me deixariam plena. Bastaria ter realizado um desses dois sonhos para fazer uma boa diferença em termos de bem-estar. Mas obviamente que não vou dizer o que é, para não gerar um debate em cima da necessidade ou não disso para minha vida. Na verdade só eu preciso saber e sentir isso.

Então fico pensando que ao não ter essas duas coisas, parece que todas as minhas outras conquistas se tornam vazias. Elas me satisfazem por um período curto, como a dose de uma droga, para logo depois ficar aquele buraco lá, pedindo providências na conquista do que realmente importa.

O chato é que nem sempre o que nos faz falta é algo que dependa só dos nossos esforços. E nesse caso, esses meus dois desejos, dependem pouco de mim e mais da vida, dos acontecimentos. E esse exercício de esperar a parte que não nos cabe lutar, é algo que realmente me detona por dentro. Quase tudo que dependeu de mim, eu o fiz, e o que não fiz, sei exatamente qual o motivo que bloqueou e não foi a minha falta de iniciativa perante a vida. Pelo contrário,sofro algumas consequências de atos que foram um excesso de iniciativa, talvez se tivesse deixado a vida se resolver, não teria estragado o que já não estava bom.

Em tudo isso o que mais me atormenta é ficar sempre analisando a vida. Não é porque estou distante dos blogs que deixei de me indagar. Esse é um exercício quase que automático em mim. A questão é que cada vez mais, a gente vai guardando nossos questionamentos para nós mesmos, num misto de cansaço e falta de vontade de explicar.

Você aí que está lendo esse texto agora. Se sente feliz? Tem algo que gostaria muito de conquistar e não conseguiu?